Finados.

Acabei me acostumando com minhas novas vizinhas, as abelhas. 


Na verdade são tipo vespas, marimbondos um pouco menores do que aqueles imensos que morro de medo (já fui picada por um quando pequena). 

Elas se instalaram na janela do nosso escritório, aqui onde eu fico quando escrevo neste blog. De tempos em tempos nós olhávamos para elas e observávamos o progresso rápido do seu trabalho na construção de camadas e camadas do ninho. 

Gente, quem nunca teve o prazer de observar isso de perto não imagina o quão fascinante é! De um dia para o outro elas faziam uma camada daquele desenho característico de colméia e depois as revestiam com uma parte plana. De camada para camada havia um espaço para que elas pudessem ficar. Sensacional. 

Como não pensar em Deus vendo algo tão perfeito!

  

Mas o perigo era maior do que a beleza. Infelizmente elas estavam nos proibindo de abrir as janelas dos quartos e da sala, pois várias entravam pra nos fazer uma visitinha e poderiam nos picar. Eu e meu filhote somos alérgicos, imaginem o estrago... 

Então na madrugada de anteontem eu me enchi de coragem e às 02h30 da madrugada, hora em que todas estavam dentro do ninho, esborrifei muito inseticida diretamente nele conforme orientação de um especialista. Imediatamente fechei a janela e fiquei observando. Gente, que dó! As pobrezinhas saíram desesperadas, muitas caindo mortas no beiral de minha janela, outras lutando pra sobreviver... Uma nuvem preta de vespas, horrível e amedrontadora, se formou ao lado de minha janela. O barulho que quebrava o silêncio da madrugada era impressionante. 

E então o pior aconteceu: elas encontraram uma passagem na janela e começaram a entrar no meu escritório! Uma, duas, dez, cinquenta! E vinham mais! Esborrifei inseticida, saí, fechei a porta e fiquei do outro lado, morrendo de medo e dando meus gritos contidos. Depois de vinte minutos fui dar uma olhadinha e estavam todas mortas, apesar da nuvem continuar do lado de fora. 


No dia seguinte respirei fundo e comecei a saga novamente, mas desta vez às 2 da tarde. Como era dia, elas voaram para longe ao invés de tentar entrar em minha casa e eu pude esborrifar a quantidade do tubo inteiro sobre o ninho que se transformou num local tóxico, fazendo com que as que se mantivessem dentro morressem e as que saíssem não conseguissem mais voltar.

Finados: mortinhas da silva no peitoril da minha janela

Fiquei aliviada na hora, mas hoje o Rô arrancou o ninho com o cabo de uma vassoura e quando o jogou no lixo me bateu uma tristezinha. Vou sentir saudade de vê-las em comunidade, trabalhando tão perfeitamente. 

E nessa saga, resolvi dar uma olhadinha na internet e vejam o que encontrei:

- Com o estabelecimento da Lei n^o 5197, de 03/01/67, Lei de Proteção à Fauna foi estabelecida a proibição da sua utilização, perseguição , destruição , caça , ou apanha, portanto fica proibido o extermínio de abelhas nativas e vespas, pois estão protegidas por lei.

DECRETO No 3.179, DE 21 DE SETEMBRO DE 1999.
Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

E segundo o site em que li isso devemos chamar o bombeiro para que ele pegue o ninho com saco plástico e o coloque na mata! Quero ver se eles conseguem fazer isso nesse caso: Pub inglês encontra vespeiro gigante embaixo de telhado